sábado, 6 de outubro de 2012

A Palavra de nosso Arcebispo

Iniciamos o Ano da Fé no dia 11 deste mês de outubro por convocação do Santo Padre Bento XVI. Ele se realiza na comemoração dos 50 anos do Concílio Vaticano II e sua abertura coincide com o Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização.
O mesmo Papa na sua carta Porta Fidei, com a qual estabeleceu o Ano da Fé, destaca a importância do Catecismo das Igreja Católica, que ora completa seus 20 anos, como instrumento fundamental para que os fiéis tenham a orientação segura sobre os conteúdos da fé: “Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese[4] e foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para o mês de Outubro de 2012, tendo por tema ‘A nova evangelização para a transmissão da fé cristã’. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé.”
E o mesmo Catecismo deverá ser redescoberto no contexto das comemorações do Ano da Fé e da Nova Evangelização como baliza segura de: em quem se crê e o que se crê.
Continua o Santo Padre em sua convocação: “Como atesta o Catecismo da Igreja Católica, «“Eu creio”: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por quem crê, principalmente por ocasião do Batismo. “Nós cremos”: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cremos”».[17]
Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja. O conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu mistério de amor.[18]
A Fé não existe sem conteúdo. Ela mesma é dom de Deus como é dom Sua própria revelação. Crer em Deus é crer em Sua Vontade revelada. Crer em Deus é acolher Sua Palavra revelada, é acolher o Seu Filho encarnado – Verbo de Deus totalmente entregue à humanidade.
“Assim, no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. De fato, em nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, hoje de uma forma particular, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas, a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade.[22]” (PF 12)
E o Bemaventurado Papa João Paulo II, ao aprovar o Catecismo da Igreja Católica, (25/06/1992), em virtude da autoridade apostólica, como uma exposição da fé da Igreja e da doutrina católica, testemunhadas ou iluminadas pela Sagrada Escritura, pela Tradição apostólica e pelo Magistério da Igreja, o apresenta como um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé. Deseja que o mesmo sirva para a renovação, à qual o Espírito Santo chama incessantemente a Igreja de Deus, Corpo de Cristo, peregrina rumo à luz sem sombras do Reino de Deus. O Catecismo da Igreja Católica constitue um serviço que o Sucessor do apóstolo Pedro, o Papa, quer prestar à Igreja Católica, a todas as Igrejas particulares em paz e em comunhão com a Sé Apostólica de Roma: o serviço de sustentar e confirmar a fé de todos os discípulos de Cristo (cf. Lc 22,32), como também de reforçar os laços da unidade na mesma fé apostólica.
Nesta mesma oportunidade, dirigindo-se aos Pastores da Igreja e aos fiéis, exorta a que acolham este Catecismo em espírito de comunhão e que o usem continuamente ao cumprir sua missão de anunciar a fé e de convocar para a vida evangélica. O Catecismo é dado a fim de que sirva de texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica e, de modo muito particular, para a elaboração dos catecismos locais. É também oferecido a todos os fiéis que desejam aprofundar o conhecimento das riquezas inexauríveis da salvação (cf. Jo 8,32). Pretende dar um apoio aos esforços ecumênicos animados pelo santo desejo da unidade de todos os cristãos, mostrando com exatidão o conteúdo e a harmoniosa coerência da fé católica. O Catecismo da Igreja Católica, por fim, é oferecido a todo o homem que nos pergunte a razão de nossa esperança (cf. l Pd 3,15) e queira conhecer aquilo em que a Igreja Católica crê.
Estamos iniciando o Ano da Fé, a partir da solene abertura no dia 11 deste mês. A todos convidamos a vivê-lo em sua programação em nossa Arquidiocese de Fortaleza, em nossas paróquias, comunidades e movimentos eclesiais. Nesta união de toda a Igreja, que procura fundar-se cada vez mais nas raízes de sua Fé, dom teologal no Espírito Santo derramado nos corações por Jesus e alma da Igreja.
Finalmente estejamos prontos, diante dos desafios e clamores de nosso tempo, a dar as razões de nossa Fé e, pelo seu testemunho vivo, fazer dela um dom misericordioso e luminoso para todo o nosso mundo.
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza

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