Depois
de um debate sobre a análise de conjuntura social, os bispos que
participam da 50ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP),
realizaram na tarde desta quarta-feira, 18/04, uma reflexão sobre a
conjuntura eclesial. Para este momento, foi convidado para assessorar o
professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Frei
Luís Carlos Susin.
O teólogo inspirou-se nas celebrações do
cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II. A respeito da
pluralidade de interpretações de como se passou a entender o catolicismo
mostra como o Concílio não foi uma ruptura, mas a busca de uma resposta
ao desmoronamento de um paradigma cultural: a dissociação entre fé e
cultura. “Ele tirou a Igreja do gueto cultural insustentável”. Reafirmou
também a importância de se recuperar este espírito pós-conciliar para
as novas gerações.
Frei Susin também destacou como tem
crescido a valorização da Bíblia na vida da Igreja, citando como exemplo
também a leitura orante da Palavra de Deus. Neste sentido, mostrou a
importância da formação dos leigos e a direção da Igreja na
interpretação da Palavra. “O clero sozinho não dá conta da
evangelização”, afirmou.
Durante a sua exposição, Susin enfatizou
o amadurecimento da colegialidade e da participação na Igreja, mas
lembrou que é preciso avançar mais. O teólogo também percebe um
crescente risco de voltar a uma sacralidade ainda pré-cristã, e como a
Igreja deve estar atenta aos sinais dos tempos, respondendo ao desafio
da ética e da secularidade.
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