O Santo Padre Bento XVI encontrou-se com diversas crianças que
estavam se preparando para receber pela primeira vez a Eucaristia. Nesse
bate-papo com os pequenos, o Pontífice deixou ensinamentos precisos sobre este
tão grande mistério.
O jovem
André perguntou ao Papa: A minha catequista, ao preparar-me para o dia da minha
Primeira Comunhão, disse-me que Jesus está presente na Eucaristia. Mas como? Eu
não o vejo!
Bento XVI
respondeu: Sim, não o vemos, mas existem tantas coisas que não vemos e que
existem e são essenciais. Por exemplo, não vemos a nossa razão, contudo temos a
razão. Não vemos a nossa inteligência e temo-la. Não vemos, numa palavra, a
nossa alma e todavia ela existe e vemos os seus efeitos, pois podemos falar, pensar,
decidir, etc... Assim também não vemos, por exemplo, a corrente eléctrica, mas
sabemos que ela existe, vemos este microfone como funciona; vemos as luzes.
Numa palavra, precisamente, as coisas mais profundas, que sustentam realmente a
vida e o mundo, não as vemos, mas podemos ver, sentir os efeitos. A
eletricidade, a corrente não as vemos, mas a luz sim. E assim por diante. Desse
modo, também o Senhor ressuscitado não o vemos com os nossos olhos, mas vemos
que onde está Jesus, os homens mudam, tornam-se melhores. Cria-se uma maior
capacidade de paz, de reconciliação, etc... Portanto, não vemos o próprio
Senhor, mas vemos os efeitos: assim podemos entender que Jesus está presente.
Como disse, precisamente as coisas invisíveis são as mais profundas e importantes.
Vamos, então, ao encontro deste Senhor invisível, mas forte, que nos ajuda a
viver bem.
O Papa bento
XVI, em breves palavras, afirmou que a presença de Jesus é real na Eucaristia,
independentemente se esta não seja “perceptível” aos olhos humanos, porém, este
fato não afasta a realidade de que Cristo está presente na Eucaristia.
A pequena
Anna perguntou: Caro Papa, poderias explicar-nos o que Jesus queria dizer
quando disse ao povo que o seguia: "Eu sou o pão da vida"?
O Pontífice
respondeu que: Deveríamos, esclarecer o que é o pão, pois hoje nós temos uma
cozinha requintada e rica de diversíssimos pratos, mas nas situações mais
simples o pão é o fundamento da nutrição e se Jesus se chama o pão da vida, o
pão é, digamos, a sigla, uma abreviação para todo o nutrimento. E como temos
necessidade de nos nutrir corporalmente para viver, assim como o espírito, a
alma em nós, a vontade, tem necessidade de se nutrir. Nós, como pessoas
humanas, não temos somente um corpo, mas também uma alma; somos seres pensantes
com uma vontade, uma inteligência, e devemos nutrir também o espírito, a alma,
para que possa amadurecer, para que possa alcançar realmente a sua plenitude.
E, por conseguinte, se Jesus diz 'eu sou o pão da vida', quer dizer que Jesus
próprio é este nutrimento da nossa alma, do homem interior do qual temos
necessidade, porque também a alma deve nutrir-se. E não bastam as coisas
técnicas, embora sejam muito importantes. Temos necessidade precisamente desta
amizade de Deus, que nos ajuda a tomar decisões justas. Temos necessidade de
amadurecer humanamente. Por outras palavras, Jesus nutre-nos a fim de que nos
tornemos realmente pessoas maduras e a nossa vida se torne boa.
Por fim, o
jovem Adriano perguntou ao Sumo Pontífice: Santo Padre, disseram-nos que hoje
faremos a Adoração Eucarística. O que é? Como se faz? Poderias explicar-nos
isso?
Bento XVI
afirmou: A adoração é reconhecer que Jesus é meu Senhor, que Jesus me mostra o
caminho a tomar, me faz entender que vivo bem somente se conheço a estrada
indicada por Ele, somente se sigo a via que Ele me mostra. Portanto, adorar é
dizer: "Jesus, eu sou teu e sigo-te na minha vida, nunca gostaria de
perder esta amizade, esta comunhão contigo". Poderia também dizer que a
adoração, na sua essência, é um abraço com Jesus, no qual eu digo: "Eu sou
teu e peço-te que estejas também tu sempre comigo".
Com essas
palavras do Papa Bento XVI dirigidas às pequenas crianças na Alemanha,
aprendemos que Jesus está presente na Eucaristia, mesmo que não O vejamos, pois
Sua presença está além dos nossos sentidos. Aprendemos que Ele, o Pão da Vida,
deseja nos alimentar, para que, em meio ao mundo - faminto de Deus –, possamos
caminhar fortemente rumo à vontade d'Ele. Para isso, basta-nos apenas
reconhecer Sua presença majestosa e nos prostrarmos em adoração, oferecendo a
Ele, a partir da nosso testemunho de vida, uma resposta de amor, a Ele que quer
ficar conosco até o fim dos tempos.
Fonte: Zenit